Capítulo I
Dias nublados e tristes,calmaria,almas adormecidas em corpos
mortos,aprisionadas eternamente...
É angustiante todas essas memórias,preciso compartilha-las com
alguém. Uma forma de desabafar sem sair do anonimato, jamais me
encontrariam,vivemos em um mundo onde realidade e ilusão se confundem...
Como tudo começou,1857 Munique,eu vinha de uma família rica e
renomada de cientistas e farmacêuticos,meu avô inventou um medicamento em 1803
para aliviar dores e prosperou com a descoberta.Casou-se com uma mulher jovem e
teve dois filhos,um menino,e uma menina, que morreu com a mãe na hora do
parto.Depois dos tristes acontecimentos dedicou sua vida à ciência,mantendo seu
filho esquecido em um internato.Morreu logo depois aos 58 anos intoxicado
quando tentava criar um medicamento que revolucionaria o mundo um elixir de
vida eterna,deixou posses e escritos da receita inacabada do elixir para meu
pai, que cresceu tornou-se advogado e casou-se com minha mãe,ele era
severo e vivia com a cara fechada, enquanto ela era meiga, e sempre
sorria,tinha uma linda voz,era graciosa,cabelos loiros,olhos cor de mel,mas era
infeliz ao lado dele,nunca concordavam em nada,ela sonhava em viajar, amava
poesia era uma romântica nata.Já ele,era prático, realista,perfeccionista. Quando
eu tinha 8 anos,ela me deu um abraço e disse que um dia voltaria para me
buscar,pôs em meu braço uma pulseira que ela sempre usava com um provérbio em
latim:"Carpe Diem", e se foi, fugiu com um malabarista de um circo
que estava na cidade.
Depois do abandono,meu pai foi morar em Berlim e fundou outro
escritório lá. Fiquei com a governanta,continuei em Munique.Minha infância não
foi tão ruim, eu era uma garota rica,cheia de caprichos,tinha uma coleção
gigantesca de bonecas de porcelana.Tudo o que eu queria acabava
conseguindo.Quando cresci eu não era a garota mais bonita da cidade tampouco do
bairro,da rua talvez, levando em conta que lá não tinha muitas casas,mas eu era
diferente das outras garotas,tinha algo que elas não possuíam.
A maior preocupação do meu pai, quando vinha me visitar, era com
meu casamento.
-Norah irei arranjar um bom casamento para você,com seu dote terá
o partido que quiser.
-Sim papai, aliás já tenho um em vista,o filho do Sr.Lancaster.
-Jamais Norah,você tem que arranjar um homem de posses,não um
rapaz imaturo.
-Mas papai,ele vai ser médico,tem um bom futuro.
-Não Norah, aliás o rapaz não está noivo?!Você perdeu o juízo. Eu
irei arranjar seu casamento.
-Tudo bem papai.
Claro que não estava tudo bem,perdi o juízo,perdi a noção,não importa
o que eu precisasse fazer,o Hugo Lancaster seria meu. A verdade é que a
primeira vez que vi ele, me apaixonei,ele era radiante,seu sorriso me trazia
paz,ele era bondoso defendia os pobres e os lazarentos. Tinha cabelos lisos
castanhos um pouco compridos,uma beleza aristocrática.
Nunca quis tanto algo como queria ele no exato momento que-o vi.
E foi assim que tudo começou,com um sentimento que eu não podia
controlar. O começo do nosso fim.